"Disfarces, folhas, encaixes
medos que se eternizam
em forma de coleção
pensamentos que foram
e nunca mais serão...
Furacão, dor, coração
em seu peito carrega um templo
que incendeia
e se faz máscara
em forma de imensidão.
Beijos, portas, medos
um contrato que sela
o futuro.
Ele?
Um imensurável furacão.
Arrebata, chicoteia, devasta
peitos, moradas, oração.
Uma luta constante que berra:
serei eu
mais um na multidão?
Dúvidas, nós, bailes,
laços que desatam,
família que prende
indagação no fundo
do infinito de quem sente
É fogo, é mar, é céu
é chama que queima
no breu, na minha escuridão
é revolta que espera
um não ao dizer que é são.
Faísca, brisa, incompetência
é o medo pela constância
que clama:
seja dentre um ano de seca
a esperança de um trovão
é olhar, medo, hipocrisia
poesia em forma de movimentos
movimentos em forma de estesia.
Corrói de um jeito que renova.
Contradição?
Prédios, janela, hipotermia
sorrisos de plástico, rostos de cerâmica
gritos que me perguntam
avidamente
onde foi parar a senhora expressão
Ideia, sonho, amanhã
mãos que socam e vendem
corpos que secam em vão
ventos que sopram
pra uma única direção
Dores, flores, espinhos
abraços amigos
carregam um berço,
um caminho inteiro
de traição
Certezas, baques, luas
uma camisa de força
uma força que puxa.
Um beijo que torce
e torna-se amarração.
Ouvidos, choques, ruídos
melodias que doem
em monofonia
uma canção onde lê-se sem piedade
tensão.
Distopias, morte, visita
no dia da mentira
a exuberância de ser de verdade
especificamente, uma vaidade que sente:
ilusão."
Isadora Egler
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