terça-feira, 1 de abril de 2014

"Disfarces, folhas, encaixes

medos que se eternizam

em forma de coleção

pensamentos que foram

e nunca mais serão...


Furacão, dor, coração

em seu peito carrega um templo

que incendeia

e se faz máscara

em forma de imensidão.


Beijos, portas, medos

um contrato que sela

o futuro.

Ele?

Um imensurável furacão.


Arrebata, chicoteia, devasta

peitos, moradas, oração.

Uma luta constante que berra:

serei eu

mais um na multidão?


Dúvidas, nós, bailes,

laços que desatam,

família que prende

indagação no fundo

do infinito de quem sente


É fogo, é mar, é céu

é chama que queima

no breu, na minha escuridão

é revolta que espera

um não ao dizer que é são.


Faísca, brisa, incompetência

é o medo pela constância

que clama:

seja dentre um ano de seca

a esperança de um trovão


é olhar, medo, hipocrisia

poesia em forma de movimentos

movimentos em forma de estesia.

Corrói de um jeito que renova.

Contradição?


Prédios, janela, hipotermia

sorrisos de plástico, rostos de cerâmica

gritos que me perguntam

avidamente

onde foi parar a senhora expressão


Ideia, sonho, amanhã

mãos que socam e vendem

corpos que secam em vão

ventos que sopram

pra uma única direção


Dores, flores, espinhos

abraços amigos

carregam um berço,

um caminho inteiro

de traição


Certezas, baques, luas

uma camisa de força

uma força que puxa.

Um beijo que torce

e torna-se amarração.


Ouvidos, choques, ruídos

melodias que doem

em monofonia

uma canção onde lê-se sem piedade

tensão.


Distopias, morte, visita

no dia da mentira

a exuberância de ser de verdade

especificamente, uma vaidade que sente:

ilusão."

Isadora Egler

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