terça-feira, 22 de julho de 2014

Nota sobre o amor:
Amor é aquele cuidado distante, aquela preocupação vassala. A prontidão despertadora. O abrir dos olhos na noite que afasta e faz com que floresça um jardim interior regado pela falta. É a luz acesa, instantes após o pesadelo. Amor lacera. Impossibilita a fala. Amor não dialoga, poetiza. Marca o silêncio e destrói dos poliglotas toda a sua denotação. Tensiona músculos para o toque. Cruza estradas e apaga da memória caminhos. Amor faz perder-se. Amor esquece e faz esquecer. Inverna o verão se faz frio ao ser amado. Estremece o corpo, caso adoeça. Na mesma frequência. Coração que junto bate. 16 por 9. O verdadeiro amor não é grito: é silêncio no vácuo. Sorrateiro, por debaixo dos panos e sob tapetes. É embebedar-se de sobriedade para lidar com situações. É sorriso proporcional. Amor só é, não deixa de ser. É inteiro por bem e nem um pouco egoísta. O legítimo é ideal, é escolha de servidão. O verdadeiro amor é platônico.

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