quarta-feira, 9 de julho de 2014


Doutor,
tô com um problema sério:
faz tempos
que a poesia
não me dá
um alô.
Já tentei de tudo,
do alemão ao sueco:
tradutor;
Gritei bom dia:
xaveco;
Comprimi o grito:
afundei a dor.
Dancei o tango:
boneco;
Como engenheiro:
o reto;
Trancafiei-me:
calor.
Diga-me o que faço
para que finalmente
volte
a rima
que me deixou!
“Ora,
parece-me
que como Seu Manoel,
anda
com doença
de grandezas
e pelas regras,
se levou.
Sem medidas,
receito-lhe
o mais simples da vida:
louvor;
Cura e sina,
sem mais 
despedidas:
amor”.
(Isadora Egler)

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