domingo, 23 de fevereiro de 2014



"Olhando a lua minguante, aquela que parece o sorriso que dou quando me lembro das suas mãos brincando com as minhas, percebi uma coisa: a lua me intriga.
 Às vezes parece que demora tanto tempo pra aparecer uma lua daquelas de fazer a gente parar o que estivesse fazendo e desviar do caminho que estivesse seguindo só pra poder olhar... E aí, puf! Conquista a atenção de todo mundo e some quando a gente dorme com um turbilhão de coisas na cabeça e acorda pensando em você.
 E eu falo de um ciclo, não de amor. Nos prende a atenção por uma fração de segundos para depois se tornar lembrança e sumir. Não entendo. Mas sempre volta pra lembrar que vazio nenhum é permanente.
 Falo da natureza, sempre imitando os dramas da nossa vida. Vai ver a lua vem e vai pra gente não enjoar daquilo que é bonito. Mas é isso que me apavora, a covardia de cativar e depois ir embora como folhas levadas pelo vento e pensamentos levados pelo tempo.
 Ah, natureza... sempre mascarando a sua grandiosidade com a arte de causar buracos no coração. Vai ver ela aprendeu depois de tanto tempo que passamos aqui olhando o céu. Já ouviu falar em estesia?"
Isadora Egler

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