"Olhando
a lua minguante, aquela que parece o sorriso que dou quando me
lembro das suas mãos brincando com as minhas, percebi uma coisa: a lua
me intriga.
Às
vezes parece que demora tanto tempo pra aparecer uma lua daquelas de
fazer a gente parar o que estivesse fazendo e desviar do caminho que
estivesse seguindo só pra poder olhar... E aí, puf! Conquista a atenção
de todo mundo e some quando a gente dorme com um turbilhão de coisas na
cabeça e acorda pensando em você.
E
eu falo de um ciclo, não de amor. Nos prende a atenção por uma fração
de segundos para depois se tornar lembrança e sumir. Não entendo. Mas
sempre volta pra lembrar que vazio nenhum é permanente.
Falo
da natureza, sempre imitando os dramas da nossa vida. Vai ver a lua vem
e vai pra gente não enjoar daquilo que é bonito. Mas é isso que me
apavora, a covardia de cativar e depois ir embora como folhas levadas
pelo vento e pensamentos levados pelo tempo.
Ah,
natureza... sempre mascarando a sua grandiosidade com a arte de causar
buracos no coração. Vai ver ela aprendeu depois de tanto tempo que
passamos aqui olhando o céu. Já ouviu falar em estesia?"
Isadora Egler
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